terça-feira, 28 de setembro de 2010

Soltos, papagaios invadem área urbana de São Paulo

Se alguém disser que viu um passarinho verde em plena avenida Paulista, não duvide. É que "São Paulo está virando a cidade dos papagaios". A frase é de Luís Fábio Silveira, curador do Museu de Zoologia da USP.

Além dos louros, há periquitos e maritacas. Já foram identificadas 15 espécies dessas aves vivendo na cidade, nove delas na área urbana.

Marcos Melo, ornitólogo do Depave (Departamento de Áreas Verdes), também diz ter percebido, nos últimos três anos, um aumento nas populações desses pássaros.

"Hoje em dia, a gente vê bandos de até 60 papagaios". As aves, segundo ele, encontraram na cidade condições suficientes para se alimentar e reproduzir.

Segundo Melo, ainda não há estudos sobre esse tipo de aves, denominadas psitacídeos, na cidade. Também não é possível dizer ao certo quais as razões para o aumento de sua população.

O que se sabe é que elas se originaram de aves de estimação que escaparam de gaiolas e se adaptaram às condições da cidade.

Contribui para o fenômeno, segundo Silveira, o fato de as pessoas se sentirem "envergonhadas" de ter espécies nativas vivendo em gaiola, o que evita que sejam capturados na cidade.

Quanto à alimentação, não há escassez. Amoreiras, pés de nêspera, sibipirunas, cinamomos, goiabeiras e palmeiras, entre outras plantas da cidade, fornecem comida para os pássaros. E eles comem até flores e folhas.

Mas não deixam de frequentar comedouros de pessoas interessadas em atraí-los para observá-los livres.

As espécies nativas do interior e de outros Estados, como o cerrado, habitam as áreas mais centrais- e com menos verde- de São Paulo.

Já as nativas da cidade- com exceção do periquito-rico- migraram para áreas como a Serra da Cantareira e extremo sul, onde há mata preservada, diz Silveira.

AVES ONLINE

Observadores e fotógrafos, amadores e profissionais, contribuem para o acervo dowww.wikiaves.com.br, que tem 155 mil fotos.

Segundo Melo, do Depave, o site colaborativo -qualquer um pode postar suas fotos- já ajudou até a descobrir pássaros onde se pensava que já não existiam.

Se uma pessoas faz um foto de uma ave que não conhece, posta no wikiaves. Outros usuários veem a foto e ajudam a identificá-la.

EXTINÇÃO

Entre as 15 espécies vivendo na cidade de São Paulo, há quatro que hoje estão ameaçadas de extinção. Algumas encontraram no habitat urbano um local adequado para se reproduzir.

A maracanã-nobre, que pode ter por aqui até 300 indivíduos, segundo Luís Fábio Silveira, curador do Museu de Zoologia da USP, está ameaçada no Estado.

Se for determinado que ambas (as que vivem na capital e as que estão no interior) pertencem à mesma subespécie, as aves paulistanas podem contribuir para a preservação da espécie.

Ameaçado de extinção no território nacional, o apuim-de-costas-pretas foi recentemente visto em São Paulo. "Não se sabia de sua existência na cidade", diz Marcos Melo, ornitólogo do Depave.

Embora menos abundantes, o mesmo ocorre com curicas e sabiás-cica (seu canto se assemelha ao do sabiá).

Especialistas e fotógrafos ouvidos pela Folha apontaram os lugares da cidade em que as espécies podem ser avistadas com relativa facilidade pelos paulistanos.

Entre eles estão o parque da Independência, o Horto Florestal, o Instituto Butantã, o Hospital Militar do Cambuci e o parque Ibirapuera.

Na Fundação Oscar Americano e na represa de Guarapiranga, Silveira diz já ter avistado até mesmo casais de papagaios com filhotes.

Segundo o Depave, que recebe aves machucadas ou capturadas na cidade, não é incomum as pessoas entrarem em contato com o órgão para se queixar de estragos causados em fiações elétricas e relatar que animais foram eletrocutados.

Texto: VANESSA CORREA

Fonte: Jornal Folha de São Paulo - disponível em http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/804901-soltos-papagaios-invadem-area-urbana-de-sao-paulo.shtml Acesso em 28 Set. 2010

sábado, 25 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

Luiz Ribenboim - As outras fotos do Rio de Janeiro

Luiz Ribenboim - As outras fotos do Rio de Janeiro


Suas fotos do Rio de Janeiro não retratam o Cristo em sua beleza com os braços abertos, mas belezas raras com as asas abertas em fotografias espetaculares. Dono de uma técnica singular, Luiz Ribenboim não apenas registra momentos, imortaliza-os com o primor dos artistas plásticos e a notória beleza das aves brasileiras ainda ficam mais belas.

Recordista de fotos melhores avaliadas da semana pelo site Wikiaves, Luiz nos cedeu simpática entrevista sem pestanejar:

Primeiramente fale um pouco sobre quem é o Luiz Ribenboim? Como e quando iniciou na fotografia?


Sou carioca, nascido em 54, tendo vivido até os 30 anos no Rio. Em 85 me mudei pra Resende. Sou advogado, mas estou semi-aposentado. Comecei a fotografar aves em agosto de 2006. Antes nunca tinha fotografado nada, nem festa de criança. Sempre gostei de natureza, e mais ou menos em 2002 comecei a pesquisar na net fotos de aves, principalmente Beija-flores. Sempre fotos de outras pessoas, já que eu não fotografava. Eu tinha uma vaga noção de que havia pássaros bonitos no Parque de Itatiaia, até que um dia conheci um casal na Serrinha que me convidou para comer um pedaço de bolo em sua casa. Aceitei, e como eles tinham um comedouro/bebedouro na varanda, vi pela primeira vez uma grande quantidade de aves livres frente a frente. Eram guaxes, saíras, saís, tecelões, beija-flores.. fiquei encantado, e daí pra começar a fotografar foi um pulo.


Qual é o seu set de equipamentos hoje?

Quanto a equipamento, tenho uma D300 e uma D700. Uso mais essa última, mas quando tem muita luz disponivel e as aves estão distantes ( como na Serra da Canastra, por exemplo ) prefiro a D300. A D700 é muito boa para fotografar em locais com pouca luz, como a mata de Itatiaia e da Serrinha do Alambari, pois permite a utilização de ISOs bem mais altos. Em termos de lente, tenho uma 300 f 2.8 e uma 500 f4, ambas fixas, e um jogo de teleconversores. Quase sempre utilizo essa ultima, a 300 reservo para fotos de vôo em determinados locais em que as aves passam mais perto.

E as aves? Porque fotografar aves?

Por que fotografar aves? Bem, como disse, antes de eu começar a tirar minhas próprias fotos eu já admirava as dos outros, e não sei explicar muito bem por que os pássaros chamaram a minha atenção. Provavelmente pela beleza, diversidade, e até mesmo pelo desafio de fotografar esses seres irrequietos. Tem também a função de conscientizar as pessoas sobre a beleza que existe à volta delas, bem pertinho..


Tuas fotos são sempre belíssimas, você se empenha mais pela beleza ou também procura a espécie mais rara?

Sempre fui meio perfeccionista, de forma que tento, sim, fazer fotos bonitas. É claro que se puder ser de uma ave rara, tanto melhor. Mas tenho uma dificuldade fisica, tive pólio com dois anos de idade, e embora caminhe bem não ando em trilhas complicadas, ainda mais com um equipamento pesado. Então o que faço é ir e de carro bem devagarzinho e quando vejo ou escuto algo interessante paro e tento fotografar. Assim, algumas aves que só são vistas em locais de acesso dificil provavelmente não vou fotografar nunca. Mas sinceramente não ligo pra isso. Acho que fazemos parte de um movimento muito bacana, uma coisa muito maior que nossos pequenos egos, e outras pessoas certamente fotografarão essas aves mais escondidas, o que pra mim está ótimo.


Nos passe um pouco de sua experiência em campo com fotografia, algumas dicas rápidas para obter uma melhor imagem com aves em movimento por exemplo ou com pouca luminosidade.

Minha experiência no campo se resume a ir pro mato o maximo que puder. Dificilmente vou menos de tres vezes por semana. Procuro chegar cedo, embora não de madrugada. Ir a campo é muito importante para minha saude fisica e mental. Lá me exercito ( meu equipamento pesa cerca de 7 kilos ), me integro à natureza, esqueço os problemas, abro o coração.. E ainda trago coisas bonitas pra compartilhar com outras pessoas. Serviço completo!
Tenho um modo de fotografar que usa o flash só como luz complementar. Ou seja, fotografo com prioridade de abertura, e quase sempre o flash está compensado para menos, entre -1 e -3. Quando as aves tem tons de azul ou verde claros não faço uso do flash. Confesso que ainda sinto ter muito o que aprender com relação ao uso do flash. Para fotos de vôo, quando o fundo é o céu compenso a exposição para algo entre + 1 e + 2 EV, dependendo se o céu está mais para azul ou mais pra branco. E tento combinar uma abertura um pouco mais fechada com uma velocidade alta.

A demanda por fotos de aves é grande? Você considera o valor pago por estes meios justo pelo material ou ainda há muito para evoluirmos na questão da valorização do fotógrafo de vida selvagem?

Acho que muito poucas usaram minhas fotos. Está pra sair um aplicativo para IPOD com umas fotos minhas e outras de meu querido amigo Rafael Fortes. Acho que é a unica coisa relevante. Acho que de modo geral os fotografos são mal pagos, espero sinceramente que isso mude para melhor, pois tem gente que necessita do dinheiro da venda de fotos para sobreviver dignamente. A solução talvez passe por uma maior união da classe.


Atua em algum projeto com finalidade de conservação das aves?

Faço o que posso para tentar conscientizar as pessoas da maravilha que é a nossa avifauna. Por exemplo, já produzi quatro cartazes educativos para colocar em escolas, um calendário com fotos de aves ano passado e estou fazendo outro esse ano, fiz adesivos para carros, o primeiro com a frase 'Passaro na gaiola não canta', lamenta', e o segundo com os dizeres 'Voa que te quero livre'. No total foram tres mil cartazes, dois mil calendários e tres mil adesivos. Tudo para distribuição gratuita. Procuro ajudar concursos de fotografias, como o do Wikiaves, e o novissimo concurso que envolve a rede escolar de Ubatuba . Atuo através do COA-Sul Fluminense, do qual sou um dos diretores. Por falar no concurso de Ubatuba, estou achando genial. Vai atingir centenas de jovens, e se Deus quiser daqui a poucos anos esse modelo será 'exportado' para outros municipios. Acredito que enquanto a observação/fotografia de aves não atingir a massa da população o nosso Brasil continuará sofrendo com a devastação. Então, concursos como esse, envolvendo crianças e adolescentes de toda uma cidade, são uma grande esperança.


Você acredita no birding/fotografia de aves como ferramenta de turismo sustenável? O que falta para a atividade crescer no Brasil tal qual é nos EUA por exemplo?

Acho sim que o turismo de observação de aves pode crescer muito no Brasil. A meu ver já está crescendo.. Tá cheio de gente que começou a fotografar de um ano pra cá. Não creio que vá ficar como nos Estados Unidos, onde há milhoes de observadores, mas tenho fé que ainda vai crescer muito. Um fator limitante aqui são os preços dos equipamentos, e os salários relativamente baixos da nossa população. Mas ainda assim sou otimista, creio que o numero de fotografos vai crescer exponencialmente nos próximos a nos.


Observar aves é diferente de Fotografar aves? É possível a coexistencia de ambas atividade?

Não vejo conflito entre só observar as aves e a fotografia das mesmas. De vez em quando dou de cara com 'bandos mistos', especialmente de estrangeiros, em que algumas pessoas só observam, e outras fotografam, e ao que parece não há problema entre eles.


Quem são suas referências em fotografia de aves no Brasil e no Exterior?

Minha maior referência em fotografia é o Luiz Cláudio Marigo. É a pessoa que mais admiro nessa área, e a quem sou profundamente grato. O Marigo tem casa aqui na Serrinha do Alambari, e sempre que vem pra essas bandas me convida a visitá-lo. Vou sempre que posso, e tenho tido o privilégio de aprender muito com ele. Marigo é dono de uma técnica impressioante, e é um perfeccionista, muito mais do que eu. Não queria deixar de mencionar que aprecio muito as fotos do João Quental, Octavio Salles, Ciro Albano, Rafael Fortes. E também de muitos amigos ainda meio desconhecidos da maioria, que postam suas fotos no Wikiaves. Tem muita gente boa ali, e não vou citar mais nomes para não ser injusto, pois são muitos. Tem uma pessoa no Wiki que eu não queria deixar de citar, pela criatividade de suas composições, e por ser uma senhora de 65 anos, um verdadeiro exemplo. Ela se chama Celi Aurora, e admiro muito as imagens que ela faz, vale a pena dar uma conferida!


Seu registro preferido (foto):
Puxa, dizer qual a minha foto preferida.. Dificil, mas vou escolher a de um Lophornis magnificus em vôo, que fiz com minha primeira lente, uma 70-200 2.8.

Seu local preferido para birding:
Meus locais favoritos para fotografar são o Parque Nacional de Itatiaia e a Serrinha do Alambari, ambos próximos da minha casa.


Para finalizar:

Seu sonho de consumo (ave):
Meu sonho de consumo... dificil responder, são tantos! Mas escolho o Beija-flor-vermelho ( Chrysolampis mosquitus ).

Deixe seu recado para os novos birders e fotógrafos.
Meu recado pra quem está começando é buscar se aperfeiçoar sempre. Conversar com amigos que estejam fotografando há mais tempo, ler livros sobre fotografia, entender como funciona o seu equipamento, tudo isso é importante. E também dentro das possibilidades de cada um usar suas imagens para conscientizar as pessoas, especialmente da sua região, sobre a riqueza da avifauna local. Creio ser importante dar um sentido maior `a atividade, ser útil à sociedade e à natureza. Só assim, com mais e mais pessoas conscientes, teremos um meio-ambiente mais protegido.
Se alguém se interessar em ver minhas fotos, é só entrar em www.wikiaves.com.br, e procurar pelo usuário Luiz Ribenboim.


Fonte: Revista Birdwatcher - disponível em http://www.birdwatcher.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=202:luiz-ribenboim-as-outras-fotos-do-rio-de-janeiro&catid=48:entrevistas&Itemid=67

guaracavuçu

Guaracavuçu
Local: Pedra Furada - Jaú-SP
Data: 07/09/2010

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caracará

Caracará
Local: final de zona urbana - Jaú-SP
Data: 29/08/2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Como vai seu passarinho?

Como vai seu passarinho?

Essa mensagem não chegou a você à tôa. Eu vejo a ave silvestre na gaiola em seu quintal...
Faz tempo que busco uma solução para esse sofrimento que me aflige a cada vez que vejo uma ave em cativeiro.
Ficava pensando no que fazer. Como conversar com essas pessoas? Vale a pena educar ou denunciar?

Escolhi educar...

Você já experimentou observar as aves em liberdade? Já ouviu seus cantos, viu seus olhos e a satisfação em estarem livres?
Já observou suas revoadas em bando, os pais com os filhotes, os banhos de sol ou na beira d'água em um dia quente de verão?

Pois é, a LIBERDADE não tem preço. Passarinho na gaiola não canta, lamenta! O canto é apenas um grito de dor e desespero por estar preso...
A prisão já deve ser muito triste, mas imagine para quem pode voar, como deve ser sofrido!
Uma ave em gaiola é, apenas, uma lembrança triste de uma alegria que já passou...

Você deve estar bravo comigo neste momento, querendo me dizer que trata seu passarinho super bem, que pagou caro por ele, que ele está seguro e bem alimentado com você.

Acalme-se e reflita.....reflita mais um pouco.....isso realmente é verdade ou é a desculpa que seu orgulho e egoísmo inventaram para você mesmo?
Reflita também se isso é o suficiente para esse ser vivo que cativa em seu quintal. Pode ser que você mude de idéia....

Sendo mais otimista e acreditando que o mundo pode melhorar, até vejo a possibilidade de você NUNCA MAIS querer ter uma ave presa em casa...
Pode ser que você compre um bebedouro e plante flores para atrair Beija-flores em seu quintal. Pode ser que você plante árvores frutíferas pela vizinhança para servir de alimento para as aves livres de sua cidade e daí você descobrirá uma das maiores alegrias que alguém pode ter no mundo....

Amar a liberdade e cultivar o amor pelas aves sem precisar tê-las, somente, para você...
Não abra a gaiola de sua ave agora, pois, ela, provavelmente, vai morrer sem estar acostumada com a vida livre...
A natureza já agradece bastante se você pensar bem antes de adquirir uma outra ave silvestre de estimação...

Obrigado por ter lido essa mensagem e que Deus te abençoe...

Um observador de aves livres

noivinha-branca

Noivinha-branca
Local: Jardim Juliana - Jaú-SP
Data: 29/08/2010

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quarta-feira, 1 de setembro de 2010